Estudo aponta viabilidade de novo aeroporto internacional no RS

De acordo com a equipe da PwC, a construção seria viável para um fluxo de 23 milhões de passageiros, que seria alcançado em 2023.
Apresentação do estudo de viabilidade econômica de novo aeroporto na Região Metropolitana




Ainda sem uma definir a localização precisa, o estudo elaborado pela consultoria PwC e entregue nesta quarta-feira (16) ao Governo do Estado apontou a viabilidade econômica para a construção de um novo aeroporto internacional próximo a Porto Alegre. De acordo com a equipe, a construção seria viável para um fluxo de 23 milhões de passageiros, que seria alcançado em 2023. "O mais importante é que agora temos números e dados concretos, com os quais podemos abordar investidores e fazer com que um projeto deste porte saia do papel", disse o secretário do Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI), Mauro Knijnik.

O investimento ficaria entre US$ 800 milhões a US$ 1,4 bilhão para suprir a demanda de transporte aéreo do Estado, segundo a consultoria, e deveria ser executado paralelamente às atuais obras de expansão e melhoria do Aeroporto Salgado Filho. A análise de viabilidade levou em conta as perspectivas de crescimento do volume de passageiros, a possibilidade de integração com outros destinos no Mercosul e, principalmente, o potencial para o transporte de cargas aéreas. Atualmente, 75% das cargas exportadas pelo Rio Grande do Sul por via aérea passam pelos aeroportos de Guarulhos e Viracopos.

Conforme a PwC, o trabalho, entre outras variáveis, avaliou modelos recentes de ampliação, como o adotado em Portugal. Lá, a construção do novo aeroporto de Lisboa foi condicionada à transferência do antigo terminal para os investidores, garantindo, assim, a sustentabilidade do negócio. "Este é um modelo que poderia ser seguido pelo Rio Grande do Sul, porque é mais fácil e inteligente", disse o sócio da PwC, Carlos Biedermann.

No Governo do Estado, o tema está sendo analisado pela SDPI, Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Secretaria da Infraestrutura e Logística (Seinfra), Secretaria de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano (SOP), Secretaria de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã (Seplag) e Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan). Presente ao evento de apresentação, que ocorreu na Sala do Investidor, o titular da Seplag, João Motta, garantiu que um grupo de trabalho já foi sugerido ao governador Tarso Genro. "Estamos resgatando a perspectiva do planejamento. Não podemos administrar um Estado como o Rio Grande do Sul sem pensar no futuro", afirmou Motta.

Operação articulada

O levantamento recomendou uma modelagem na qual o futuro aeroporto regional atue de forma articulada com o Aeroporto Internacional Salgado Filho. A conexão objetiva eliminar a concorrência entre as duas operações, tornando o negócio mais atraente a investidores. O estudo não aponta local específico para o empreendimento, mas antecipa que há variadas possibilidades na Região Metropolitana. Por isso, entre as recomendações consta a realização de análise técnica para definição da melhor área.

Para o presidente da AGDI, Marcus Coester, o trabalho de planejamento realizado pela atual Política Industrial identificou setores estratégicos da economia gaúcha que sofrem com a dificuldade de transporte aéreo, prejudicando a competitividade, como a indústria eletroeletrônica, de automação e telecomunicações. Coester assegurou que, se o Estado tivesse rotas internacionais adequadas, o volume transportado poderia multiplicar-se por quatro imediatamente. "Antes de tomarmos qualquer medida, precisávamos de uma sinalização de que o empreendimento era interessante para o Estado", afirmou.

O trabalho foi entregue para o Governo do Estado pelo presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor Müller, que encomendou a análise - executada pelo escritório da PwC especialista em aeroportos, sediado em Londres - em parceria com a AGDI e a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS). "É viável. Estudos adicionais agora vão indicar a melhor localização", informou Müller. Para o presidente da Fecomércio, Zildo De Marchi, a mobilização por um novo aeroporto não elimina a necessidade de continuar investindo no Salgado Filho.

Fonte: Ascom