No último dia 25 de abril, aconteceu no Rio de Janeiro, o último debate do Seminário Internacional: Perspectivas e Desafios para o Turismo – Copa do Mundo de 2014. O evento reuniu diversas autoridades de seis diferentes países, que partilharam experiências sobre a preparação de grandes eventos esportivos no mundo.
O Conselheiro Delegado da E. Truñó Associats, empresa consultora especializada em projetos de turismo e esportes, Enric Truñó, falou sobre a importância de um país sediar um evento como a Copa do Mundo. Ainda ressaltou que comparado com os jogos olímpicos, a Copa do Mundo ganha importância por promover um país inteiro, e não apenas uma cidade, como, por exemplo, a Copa do Mundo da Espanha (1982), e os jogos olímpicos de Barcelona (1992).
Já a diretora-executiva do Conselho de Qualificação do Turismo da África do Sul, Thembi Kunene, fez um breve relato sobre as dificuldades do país em relação a pequena quantidade de acomodações em hotéis para atender à demanda da Copa do Mundo que será realizada em 2010. Segundo ela, apenas a Fifa precisa de 55 mil quartos em hotéis. A solução vai ser buscar, pela primeira vez, a utilização de unidades fora de hotéis. Para isso, foi criado um programa em que se está percorrendo todo o país, onde já foram gerados 2,8 mil leitos em albergues, pousadas e campings.
Reajuste no Plano Aquarela
Para a presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Jeanine Pires, o Seminário ressaltou os desafios para a promoção internacional. Para ela, um mega evento como a Copa, provoca grande exposição de imagem do país. "Após a realização deste seminário a Embratur fará os ajustes necessários em nosso plano de marketing, Aquarela, tendo em vista as sugestões de ações que foram abordadas durante o evento", diz.
A presidente também apontou a necessidade e importância de sensibilizar a população para receber bem os turistas. "Futebol também é festa, e queremos mostrar essa imagem alegre e bonita para todo o mundo", completa.
Destinos Turísticos orienta estudo para cidades sedes
A pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), sobre os 65 Destinos Indutores do Desenvolvimento − Relatório Brasil, será o principal ponto de partida para se conhecer as reais necessidades das cidades candidatas a sede da Copa de 2014.
"O desafio é enorme no tema Copa do Mundo. Nosso grande objetivo é aumentar a competitividade e, para isso, é preciso priorizar destinos que receberão ações diretas. Foi isso que fizemos ao eleger os 65 destinos", ressalta o secretário Nacional de Políticas do MTur, Airton Pereira.
O estudo identificou que no Brasil, as capitais e as não-capitais avaliadas estão em nível 3 de desenvolvimento, numa escala de 1 a 5. Os temas analisados referem-se a Infra-estrutura, Turismo, Políticas Públicas, Economia e Sustentabilidade.
As capitais lideram com 58,7 pontos. Na média nacional, o Brasil ficou com 52,7 pontos. As cidades que não são capitais ficaram com menor índice: 48,3. O estudo revelou que monitoramento e marketing foram os indicadores com menores notas. "Esse é um estudo novo. Foi um desafio elaborá-lo e acreditamos que avançamos e construímos uma metodologia mais eficiente e menos propícia ao erro", enfatiza Luiz Gustavo, coordenador do Núcleo de Turismo da FGV.
O secretário Nacional de Políticas do Turismo do MTur, Airton Pereira, acredita que agora, com os resultados do estudo, os recursos direcionados aos 65 destinos beneficiarão os setores do turismo que precisam de investimentos urgentes. "A meta é tornar esses destinos referência em competitividade no mercado. Isso significa criar mecanismos para que os destinos tenham capacidade crescente de gerar negócios, proporcionando ao turismo uma experiência positiva", completa.
Serão pesquisadas as cidades de Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife-Olinda (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP).
O convênio, no valor de R$ 865,8 mil (R$ 786,8 mil parte do Ministério e o restante da FGV), terá a duração de 12 meses e irá identificar, por exemplo, áreas prioritárias para receber investimentos públicos e privados e para melhorar a capacidade de acolher os turistas.
No Seminário a Ministra Do Turismo, Marta Suplicy, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o secretário de Turismo do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, também reforçaram os projetos para implantação de um trem bala e uma nova malha área, em virtude da Copa de 2014.
Fonte: MTur

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