De cada dois turistas que visitaram o Brasil em 2012, um veio de países limítrofes do nosso país, como Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Peru e tantos outros vizinhos sul-americanos. Foram 2,82 milhões de pessoas, o que representa um crescimento de mais de 18% em relação a 2010. “É um desempenho bem significativo, acima da média mundial, e que mostra que acertamos na aposta de aumentar a participação de turistas sul-americanos”, avalia o presidente da Embratur, Flávio Dino.
Ele lembra que, mundialmente, o turismo tem fluxo intrarregional. “Na Europa, 80% dos turistas são europeus. No México, mais de 80% são norte-americanos e no Sudeste Asiático, idem”, enumera. Segundo Dino, fenômenos históricos – como as ditaduras latino-americanas, o processo de recessão dos países da região e o baixo nível de conexão de transporte na região – fazem com que o Brasil não siga o fenômeno mundial. Em 2010, apenas 46% dos estrangeiros que nos visitavam eram sul-americanos. O crescimento dos últimos anos fez a participação chegar a 49,7%. A Embratur vai seguir apostando no aumento desse fluxo, como forma de garantir um novo patamar para o turismo internacional. “Somente teremos 10 milhões de turistas por ano, quando tivermos 8 milhões de latino-americanos”, prevê.
Dentro dessa aposta, a Embratur está abrindo, este mês, duas representações no continente. São os Escritórios Brasileiros de Turismo (EBTs), que terão uma dupla função, segundo a diretora de Mercados Internacionais, Leila Holsbach. “Por um lado, vão atuar como frentes avançadas de inteligência comercial. Vão prospectar novas tendências de segmentos turísticos nesses mercados, o que nos permitirá fazer um ajuste fino de nossas estratégias de promoção”, afirma a diretora. Por outro lado, os EBTs vão servir de apoio para as ações promocionais da Embratur nesses mercados.
A meta colocada pela Embratur pelos responsáveis pelos EBTs é bem clara: atingir os 7,2 milhões de turistas em 2014. Na América do Sul, os dois escritórios serão instalados em Buenos Aires, na Argentina, e em Lima, no Peru.
Já o escritório América do Sul II, com base em Lima, ficará responsável pela Colômbia, Peru, Bolívia, Paraguai, Equador e Venezuela. Segundo dados do Anuário Estatístico de Turismo do Ministério do Turismo, em 2012, os seis países foram responsável por enviar mais quase 630 mil turistas para o Brasil. Com grande potencial de crescimento, esta região é uma das prioritárias para a Embratur. Neste caso, o papel do executivo será intensificar as relações e apontar para o Instituto as melhores oportunidades de negócios.
“Ambos têm uma responsabilidade muito grande de promover o país nesses mercados que têm grande interesse pelo tema futebol e que devem ter cinco países classificados para a Copa do Mundo 2014”, afirma Dino. “Contamos com esses profissionais para aprimorar ainda mais nossas estratégias de promoção nesses países, garantindo que, com um aumento do fluxo de latino-americanos, cheguemos aos 10 milhões de turistas”.
“Os EBT’s são estratégicos para o turismo brasileiro porque vão fazer um diagnóstico dos mercados e trazer informações qualificadas para nós. A troca de informações é fundamental para que possamos dar um passo adiante na promoção e divulgação do Brasil no exterior”, afirmou o presidente da Embratur, Flávio Dino.
Outubro também foi marcado pelo lançamento da nova campanha publicitária da Embratur em sete países. Com investimento em divulgação de U$ 10 milhões, o filme “Casa” faz uma analogia entre a beleza das paisagens brasileiras com os cômodos de uma casa. O filme convida o turista a vir ao Brasil e sentir como se estivesse em sua própria casa. O turista também é convidado a conhecer a hospitalidade e a alegria do povo brasileiro.
Outra importante ação de promoção no exterior foi a realização da 16ª edição do Goal to Brasil, em Los Angeles. O evento levou informações, gastronomia e música de diversos destinos brasileiros aos principais mercados turísticos do país. Dino informou que a realização do Goal to Brasil nos Estados Unidos, segundo maior emissor de turistas para o País, tem o objetivo diversificar a motivação do visitante norte-americano, além de aumentar o tempo de permanência em terras brasileiras.
“Segundo o Estudo de Demanda Turística Internacional, 35% dos norte-americanos que visitam o Brasil, buscam o País por motivo de Negócios e Eventos. E dos que viajam em busca de Lazer, Sol & Praia é a principal motivação. Queremos consolidar os destinos já conhecidos, mas também queremos apresentar novas opções”, explicou Dino.
Festas Juninas 2014
Para incentivar a promoção de destinos e produtos no mercado externo, a Embratur colocou, no mês de outubro, R$ 15 milhões a disposição dos órgãos de turismo estaduais, municipais e do Distrito Federal, por meio de editais.
O programa Verba Descentralizada contou com R$ 12 milhões para ações de promoção dos segmentos Sol e Praia; Cultural; Esportes; Ecoturismo e Aventura; Negócios, Eventos e Incentivo (diversificação de produtos). Os países alvos das ações são os maiores emissores de turistas ao Brasil: Argentina, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru, Uruguai, Bolívia, Alemanha, Espanha, Estados Unidos, França, Reino Unido, Itália, Holanda, Portugal e Canadá.
Já o edital das Festas Juninas teve R$ 3 milhões para divulgação no exterior. A consolidação dos festejos típicos de junho como um produto turístico de caráter internacional também contribuirá para incentivar a entrada de turistas em um mês tradicionalmente de baixa temporada, avalia Vicente Neto, assessor da Embratur responsável pelos editais.
“Com a realização da Copa do Mundo em junho, será uma excelente oportunidade para diversificar a imagem que o estrangeiro tem da cultura brasileira”, afirma Vicente. “Além do Carnaval, do qual temos muito orgulho e queremos que continue sendo um dos nossos principais produtos, temos outros festejos bem enraizados em nossa cultura”, ressaltou o presidente.
Pensando na proteção do turista, o Comitê Técnico de Consumo e Turismo do Ministério da Justiça, do qual a Embratur faz parte, realizou três reuniões em outubro. Um dos objetivos do Comitê é preparar ações para prevenir eventuais conflitos de consumo e estabelecer procedimentos de contingenciamento e solução de demandas que envolvam o turista, seja ele estrangeiro ou brasileiro.
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