Diversidade em pauta: especialistas mostram como inclusão gera valor real para empresas e para a sociedade

Painel evidenciou que evento inclusivos são mais representativos, mais fortes e mais conectados com o mundo que queremos construir
Painel Diversidade: Impacto Real nos Negócios e na Sociedade

O Fórum Eventos encerrou a edição 2025 com um dos temas mais urgentes da atualidade, o painel Diversidade: Impacto real nos negócios e na sociedade reuniu grandes nomes do ecossistema de inclusão e inovação social. A conversa mostrou como ações inclusivas vão além do discurso e se traduzem em transformação real, tanto nos ambientes corporativos quanto nos resultados econômicos e sociais.

Mediado por Sergio Junqueira Arantes, CEO do Grupo Conecta Eventos o painel contou com a participação de Carmela Borst (SoulCode Academy), Carolina Ignarra (Grupo Talento Incluir), Gabriela Augusto (Transcendemos), Mônica Schimenes (MCM Brand Experience), Mórris Litvak (Maturi) e Samanta Lopes (Escola de Negócios da Favela). O encontro também marcou o lançamento do livro “Diversidade e Inclusão nos Eventos”, da Coleção Conecta Eventos, que reúne capítulos assinados pelos próprios participantes.

De forma interativa, os painelistas fizeram perguntas que foram respondidas pelos participantes via aplicativo do evento, promovendo uma troca rica de ideias, experiências e dados.

Carolina Ignarra deu início ao debate com uma pergunta provocativa: “O que mais evidencia a exclusão de pessoas com deficiência em eventos?”. A maioria (31%) apontou a inacessibilidade dos espaços físicos, seguida pela falta de recursos de acessibilidade comunicacional (20%), despreparo das equipes organizadoras (26%) e ausência de representatividade (17%).

A maior parte das pessoas desconhece os motivos que tornam um evento inacessível. Quando uma pessoa com deficiência comparece e não encontra recursos básicos, entende que aquele espaço não esperava por ela. Inclusão é lei, e precisamos cumpri-la”, destacou Carolina.

Samanta Lopes trouxe à tona a importância de olhar para as periferias como territórios de potência e inovação. Ela questionou o público: “E se os eventos que você frequenta ou financia fossem planejados a partir das potências que vêm da periferia?” Segundo ela, a realização de eventos nesses territórios movimenta a economia local e deixa legados duradouros. “A periferia não é só carência. Quando investimos, construímos. Quando apenas exploramos, deixamos um vazio. Precisamos desenvolver esses territórios com consciência e compromisso.”

Já Mônica Schimenes levantou a bandeira da diversidade na cadeia produtiva dos eventos, perguntando ao público se já haviam contratado fornecedores diversos. A maioria respondeu positivamente. “Quando damos oportunidade a um fornecedor diverso, podemos transformar a realidade daquela empresa e daquela comunidade. Diversidade também é negócio”, afirmou.

Outra pauta urgente, a diversidade etária foi retratada por Mórris Litvak, que falou sobre a pouca representatividade de pessoas com mais de 50 anos nos eventos, tanto como público quanto como parte da organização. “É urgente pensarmos na diversidade etária. Esse público consome, participa e tem muito a contribuir. Precisamos integrar profissionais 50+ em todas as etapas, desde a curadoria até a operação. A acessibilidade digital também deve ser considerada, pois nem todos estão conectados da mesma forma”, alertou o fundador da Maturi.

Inclusão LGBTQIA+ foi o tema de Gabriela Augusto. Ela abordou a inclusão de pessoas LGBTQIA+ em eventos e perguntou ao público o que diferencia uma inclusão real de uma apenas simbólica. Para 77% dos presentes, a resposta foi clara: curadoria e operação estruturadas e interseccionais.

Inclusão não é caridade. É potência. A comunidade LGBTQIA+ movimenta a economia. Eventos verdadeiramente inclusivos precisam de práticas concretas, protocolos e processos bem definidos”, afirmou Gabriela.

Para falar sobre o desafio da inclusão digital no Brasil, Carmela Borst encerrou o painel com dados preocupantes: o Brasil ocupa a última posição em competências digitais na América Latina. Para ela, esse cenário limita a competitividade dos eventos nacionais. “Grande parte da população brasileira não tem o mínimo letramento digital. Isso impede a plena participação nos eventos atuais. Precisamos investir fortemente em inclusão digital para garantir acesso e engajamento”, defendeu a executiva da SoulCode Academy.

Coletânea de mapas mentais, feito por Vanessa de Paula, que traduz os principais insights do Painel Diversidade: Impacto Real nos Negócios e na Sociedade


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