*Por Samanta Lopes
Em junho de 2004, no relatório liderado pela International Finance Corporation (IFC), intitulado “Who Cares Wins — Connecting Financial Markets to a Changing World”, em português livre “Quem se Importa, Ganha - Conectando Mercados Financeiros a um Mundo em Mudança”, surgiu uma das primeiras notações da sigla, atrelada à diversas recomendações sobre como viabilizar a incorporação das “ESGs” para melhoria de performance das empresas no mercado global. As metas vêm sendo incorporadas por várias organizações a seus estatutos e regras de negócio desde 2006, quando foram criados os Principles for Responsible Investment (PRI) com apoio da ONU, determinando critérios de sustentabilidade para investimentos, e o mercado usa estes critérios como parâmetro para analisar risco e performance de empresas por todo o mundo.
Vamos entender melhor a sigla, considerando IN (inglês) e PT (língua portuguesa brasileira):
E (environmental) IN / A(ambiental) PT: práticas de uma empresa em relação à conservação do meio ambiente e sua atuação em temas como aquecimento global, biodiversidade entre outros;
S (social) IN / PT: respeito às pessoas e às relações humanas que compõem seu ambiente e por extensão o ecossistema em que se encontra;
G (governance) IN / G (governança) PT: gestão da empresa.
E o que isso tem a ver com Diversidade e Inclusão no mercado corporativo?
O mundo é populado por pessoas; produtos e serviços são criados para pessoas; todos os resíduos são gerados por pessoas; e tudo isso precisa ser gerenciado por pessoas, através de sistemas tecnológicos complexos ou por cadernetas de papel e agendas no celular, que por sua vez, são usadas em pequenos armazéns e lojas.
Ainda não conseguimos conectar esses grupos tão diversos para que haja uma gestão integrada inteligente, e hoje as pessoas transitam entre os diversos núcleos: ora como representantes de empresas e marcas, ora como cidadãos, e isso gera clusterização. Ou seja, segmenta o acesso às benfeitorias e limita a abundância, impedindo que todas as pessoas em todos os lugares tenham o suficiente para desfrutar de vidas dignas. É aqui que entra a Diversidade e Inclusão, pois é no mundo corporativo que as mudanças acontecem, mesmo que nem sempre subsidiadas por políticas públicas e verbas externas.
Uma gestão consciente valoriza a pluralidade dos grupos sociais nos quais está inserida, entende que fornecedores, clientes, influenciadores e investidores, precisam estar representados e protegidos pela marca e por seu propósito, e que o lucro é a alavanca para o desenvolvimento sustentável da empresa e do ecossistema que está construído em seu entorno, além de que há muitas pessoas que indireta e diretamente subsistem neste ecossistema.
Uma gestão que considera as melhores práticas de ESG/ASG, está atenta aos impactos ambientais, sociais e culturais de sua presença no mercado. Busca relações éticas e produtivas em todos os âmbitos, a melhoria contínua da performance, promove o retorno social, investe nas pessoas e na sustentabilidade, colabora para que as pessoas invistam o que recebem na melhoria contínua de si mesmas, dos ambientes onde vivem, e ainda vislumbra melhorias no agora e no futuro.
Em uma sociedade consciente sobre os direitos e deveres de seus cidadãos, o respeito ao direito do próximo é exercitado continuamente. Há dados em diversas fontes mostrando o potencial que a diversidade agrega aos negócios. A ONU, e consultorias como McKinsey e Deloitte, divulgaram índices entre 15% e 70% sobre o crescimento na lucratividade de empresas que se tornaram inclusivas. Outro dado que nos chama a atenção, é que de acordo com um estudo do McKinsey Global Institute (MGI) - The power of parity -, a equidade de gênero pode injetar $12 trilhões de dólares no mercado global, com estimativa de crescimento, se as ações forem adotadas para incluir mulheres em cargos de liderança e alta gestão até 2025.
Entendemos que o cenário de pandemia pode desacelerar esse crescimento, mas, certamente equilibrar a presença da diversidade nas empresas cria oportunidades únicas de mudanças conscientes de rota para os negócios, considerando públicos e grupos sociais invisibilizados e muitas vezes desvalorizados.
Se as famílias aumentarem seu poder de consumo com base na melhor empregabilidade das mulheres, entre outras pessoas dos grupos minorizados, os Ambientes tendem a ser mais saudáveis porque respeitam a pluralidade social que os compõem, Socialmente mais equilibrados sem tantos vales de desigualdade social, e sua Gestão torna-se menos caótica pois lida com um cenário de mercado mais estável e voltado a abundância, o que gera condições comerciais lucrativas e inclusivas para todas as pessoas.
Em um mundo caótico, onde há o bombardeio constante das mídias a incentivar o consumo desenfreado e inconsequente, empresas podem impactar positivamente seus consumidores, parceiros e colaboradores, ensinando como usar a gestão de recursos de forma otimizada, sustentável e humanizada, além de produzir produtos com menor impacto ambiental e oferecer serviços que visam preservar a vida em todos os seus desdobramentos.
Combinar duas siglas tão poderosas, mostra que a prioridade são as pessoas, e só quem entende de gente, humaniza relações e encontra um horizonte auspicioso ao criar oportunidades acessíveis para todos, lucros abundantes e sustentáveis.
*Samanta Lopes é coordenadora MDI da um.a #DiversidadeCriativa, agência de live marketing – uma@nbpress.com
Sobre a Um.a:
Fundada em 1996, a um.a #diversidadeCriativa está entre as mais estruturadas agências de live marketing do Brasil, especializada em eventos, incentivos e trade. Entre seus principais clientes estão Anbima, Atento, Bristol, B3, Citi, Carrefour, Corteva, Cielo, Motorola, Nextel, Mapfre, Pandora, Sanofi, Sumup, Tigre, Via Varejo, Visa e Motorola entre outras. Ao longo de sua história, ganhou mais de 40 “jacarés” do Prêmio Caio, um dos mais importantes da área de eventos.
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