Conselho de Turismo da CNC avalia políticas para mitigar crise do setor

Conselho da CNC reúne representantes da Caixa, do Sebrae e do MTur para apresentar iniciativas às Federações do Comércio
Alexandre Sampaio, membro do Conselho Nacional de Turismo (CNT) do Ministério do Turismo

O Turismo é um dos setores da economia nacional mais prejudicados pela pandemia do novo coronavírus. Para avaliar o cenário e debater sobre as medidas de mitigação da crise, o Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) se reuniu de maneira remota em 17 de março.

O Cetur/CNC reuniu os conselheiros representantes de Federações do Comércio (Fecomércio) de 23 estados, e recebeu convidados do Sebrae, da Caixa Econômica e do Ministério do Turismo para debater a situação atual do turismo nacional e apresentar propostas de linhas de crédito e projetos que podem auxiliar o setor no momento.

O diretor do Departamento de Atração de Investimentos do Ministério do Turismo, João Daniel Ruettimann, apresentou contextos de taxas de ocupação negativas em hotéis e pousadas e empresários em período médio de 14 semanas sem faturamento. Ele afirmou que, para mitigar os prejuízos, o governo está acompanhando as políticas para o setor.

Do ponto de vista da União, a preocupação é máxima. Nós temos acompanhado as políticas exitosas e as não exitosas em relação à pandemia. Vamos buscar soluções viáveis, que estejam ao nosso alcance, tudo o que for possível para auxiliar o trade da indústria do turismo, a gente vai pegar a bandeira e ir ao combate”, enfatizou.

Entre os mecanismos de crédito às empresas foi debatido o Fundo Geral do Turismo (Fungetur) e apresentada a parceria com o programa Brasil Mais do Governo Federal, que está sendo implementado pelo Sebrae e visa aumentar a produtividade e competitividade das empresas, por meio de melhorias na gestão, nos processos e redução de desperdícios.

Políticas de crédito

Uma das políticas adotadas pelo governo federal para amenizar a crise no setor é a criação do Fundo Geral do Turismo (Fungetur), que prevê crédito de R$ 5 bilhões para empréstimo a empresas com faturamento anual de, no mínimo, R$ 4,8 milhões. Outra medida é o empréstimo de até R$ 200 mil por meio do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).

Ao avaliar o acesso ao crédito, os empresários pontuaram que, neste momento, as exigências feitas para liberação da verba não condizem com a realidade das empresas. “As empresas estão endividadas com salários, ninguém liberou impostos, empréstimos; então, não existe como a empresa dar uma garantia ao banco, apresentar um histórico porque nós estamos há um ano sem faturamento”, explicou o diretor suplente da Federação do Comércio do Amazonas, Paulo Tadros.

Os representantes dos outros estados endossaram a observação e acrescentaram que há uma falta de informação das redes bancárias sobre o empréstimo, enfatizando que muitos gerentes não possuem informações sobre os programas. Em resposta, o gerente de Clientes e Negócios da Caixa Econômica Federal, Leonardo Miguel Farinassi, comprometeu-se a reforçar as informações em todos os Estados.

“Nós pedimos a colaboração dos empresários que tiverem dificuldades, que nos procurem para que nós possamos entrar em contato com as superintendências dos Estados e reforçar o treinamento sobre os créditos,” afirmou o gerente da Caixa.

Sobre estas dificuldades, o diretor da CNC responsável pelo Cetur, Alexandre Sampaio, afirmou que a Confederação está em contato com o governo para tentar facilitar as políticas para o setor. “Nós estamos conversando, e o governo está pensando não só nas garantias do Fungetur, mas de outras linhas que podem ser aprovadas neste período de transição. Sinalizamos ainda a importância de acelerar o processo de vacinação, que é a única saída para a retomada da economia”, destacou.

Inovação empresarial

Outra política à disposição dos empresários é o Programa Brasil Mais, executado pelo Sebrae, para a melhoria da produtividade das empresas. Após inscrição no site, o empresário é auxiliado por um Agente Local de Inovação (ALI), que faz um diagnóstico do negócio e apresenta um plano de trabalho sobre publicidade, gestão financeira e de pessoas e redução de custos com duração de quatro meses.

O objetivo é atingir 105 mil empresas até 2022. Entre novembro do ano passado e março deste ano, oito mil empresas receberam auxílio, entre elas 200 do setor de turismo, divididas em cem hotéis e cem agências de viagem, sem contabilizar bares e restaurantes, número, que segundo o Sebrae, representa grande parte dessas empresas.

Fonte: CNC