Colombia, O País Que Se Reinventou

Tal qual pessoas, os países também têm capacidade de enfrentar e solucionar problemas, por mais sérios que sejam. Para isto, basta vontade e lideranças à altura do desafio. O exemplo da Colômbia é inspirador. Vítima no passado de violência sem limites provocada pelo tráfico de drogas, depois de três décadas de trabalho sério e consistente o país renasce com resultados econômicos surpreendentes.

Nos anos 1980, Colômbia era praticamente sinônimo de país perigoso. Apesar da beleza natural diversificada, povo gentil, e cultura fascinante, terra do Prêmio Nobel Gabriel Garcia Marquez, viajar para aquele país caribenho era decisão de alto risco. Isto mudou. Com determinação, a Colômbia está deixando para trás a sua imagem associada à violência. Não que ela tenha desaparecido de vez, já que alguns bolsões ainda perduram, como é o caso da cidade de Cali, citada recentemente pelo site Amerikanki.com um dos dez lugares mais perigosos do mundo. Mas antes que alguém faça algum julgamento precipitado, é bom dizer que nesta mesma lista de cidades arriscados, até à frente de Cali estão a brasileira de Maceió e a mexicana Acapulco.

Exceções à parte, há duas décadas a Colômbia passa por profunda transformação que se reflete em bons indicadores sociais e econômicos. Com um invejável índice de 93% de cidadãos que completaram o ensino secundário e um sistema de previdência social que atende a maioria da população, o país tem crescido a taxas de 4% nos últimos cinco anos. Por tudo isso, o país está se tornando um dos mais atraentes para investidores internacionais. Em 2013 registrou a entrada de US$ 15,8 bilhões, quase o dobro do ano anterior. Considerada pelo Banco Mundial como o terceiro país "mais amigável para fazer negócios" e pelo BID como o quinto em proteção ao capital estrangeiro, a Colômbia deve se tornar a 30ª economia mundial em 2025.

Agora uma iniciativa chamada "Lo Bueno de Colombia" quer mostrar como o país evoluiu nos últimos tempos e assim promover o turismo e oportunidades de investimento. Em 2013, a Colômbia recebeu 2,6 milhões de visitantes, e a meta para 2014 é 4 milhões – quatro vezes mais do que a Copa do Mundo trouxe ao Brasil.

As viagens de negócios também prosperam. A capital Bogotá, com bons hotéis e infraestrutura, é um dos 50 melhores destinos no ranking do ICCA (International Congress and Convention Association).

O maior símbolo da mudança radical que tirou o país do noticiário policial e o levou para o turismo é a cidade de Medellin. Reconhecida como a mais inovadora do mundo pelo Urban Land Institute, foi escolhida para ser a sede do Forum Urbain Mondial, o maior do mundo em urbanismo, com a presença de mais de 10 mil visitantes de 130 países. Nos esportes, Medellin já hospedou eventos como os Jogos Sul-Americanos de 2010. Com 22 museus, mais de 25 centros comerciais, seis zonas gastronômicas e instalações médicas de peso, ela se tornou também um polo de turismo de saúde. É lá que está também o maior centro internacional da América Latina para convenções, com 12 mil metros quadrados de área coberta e que pode receber até 8 mil pessoas.

Mas esta reviravolta só foi possível porque se formou um ciclo virtuoso onde governo e setor privado colombiano se deram as mãos para mostrar ao mundo – e principalmente a eles próprios – que vontade, trabalho e paixão juntos são capazes de transformar um país e fazer dele o melhor lugar para se viver.