Caio de Alcantara Machado, O Senhor Das Feiras no Brasil

“As pessoas vencedoras não são aquelas que nunca falham. São aquelas que nunca desistem”. autor desconhecido

Queridos leitores, eu não tenho palavras para descrever o quanto Caio estava encantado com a paixão que Snitow sentia pelas Feiras, encantado com a competência desse “judeu-russo-americano” e com sua disposição em ajudá-lo nessa aventura de levar o Brasil para o mundo. Fazer uma Feira de Negócio no Brasil, era sem sombra de dúvida, a mais louca e a mais fascinante ideia que já passara pela sua cabeça.

Bem sei meus queridos leitores, o quanto é difícil acreditar na existência de uma pessoa tão visionária e como uma rapidez para jogar um negócio muito bem-sucedido pelos ares, e pronto para começar outro negócio do zero. Pois é, foi exatamente assim, a primeira coisa que o Caio fez quando chegou na ALMAP, chamou seu irmão José para uma conversa. Na verdade, não se tratava de uma conversa e sim de uma comunicação. Caio sem dar muitas explicações, apenas disse ao irmão que iria fechar a ALMAP porque ia se dedicar ao negócio de Feiras, e que o prazo para terminar os trabalhos que já tinham começado, seria Dezembro. José ficou atônito. Não podia acreditar no que estava escutando, só conseguiu balbuciar que três meses não eram suficientes.

Dr. Brasílio quando se deu conta que o seu filho estava decidido fechar mesmo, a ALMAP, pediu então, que ele desse a Agência para o seu irmão José. Caio acatou o pedido do pai e novamente deixou tudo para trás. Dessa vez, não levou nem mesmo o álbum de recortes de notícias sobre televisão. No bolso, apenas suas economias insuficientes para abrir um novo negócio. Tachados por todos de louco e visionário, sem apoio de ninguém, estava decidido a fazer algo de muito valor para o Brasil. Colocar esse país na rota das Feiras de Negócios do mundo, ajudar as indústrias ainda incipientes produzirem mais, gerar muitos empregos e aproveitar, provar para si mesmo que era digno de ser um Alcântara Machado.

Janeiro de 1956, foi recebido com estouros de champanhe, festas e aplausos para todos os lados com a chegada de Juscelino Kubitscheck à Presidência da República. Sua promessa ao povo de que faria o Brasil crescer e se modernizar, o que demoraria 50 anos, Juscelino prometeu ao povo que faria tudo isso em 5 anos. Caio não só acreditou nessa promessa, como foi um dos brasileiros que mais o apoiou. Admirava Juscelino e torcia para que o seu “Plano de Metas” fosse um grande sucesso. Com o projeto do Juscelino de fomentar a industrialização, Caio não só tinha certeza que haveria espaço para suas Feiras, como acreditava que elas iriam garantir o crescimento das indústrias.

A parceria de Caio e Juscelino, meus queridos leitores, iria ser tão forte e a amizade que nasceria entre os dois seria tão sincera que se extravasou e se esparramou por esse Brasil a fora e pelo mundo, a ponto do jornalista Mino Carta, escrever : “Eu não sei dizer se Caio de Alcantara Machado é o Juscelino do mundo dos negócios ou se Juscelino é o Caio da política”.

Caio olhou no relógio e viu que estava em cima da hora para a reunião com Wilton Paes de Almeida. Saiu correndo, tomou um taxi e foi para o centro da cidade. Wilton era dono do Banco Nacional do Comércio de São Paulo. Caio não conhecia Wilton pessoalmente, mas foi muitíssimo bem recebido pelo banqueiro que já sabia o objetivo que levou Caio a procurá-lo.

Caio começou a conversa com o banqueiro agradecendo muitíssimo por ele o receber, e sem esticar muito foi direto ao assunto explicando que tipo de empréstimo ele precisava e para que, enquanto Wilton o escutava atentamente. Quando Caio terminou de falar o banqueiro lhe fez apenas duas perguntas: “Você tem certeza do que está fazendo?”. Caio respondeu sem nenhuma hesitação: “Pode lhe parecer arrogância, mas é nesse tipo de negócio que eu mais acredito no momento”. A segunda pergunta foi feita como a primeira, de uma maneira muito objetiva: “Por que você acredita nesse negócio de Feiras?”. Com muita firmeza Caio respondeu: “Porque não fui eu que as inventei, elas existem há mais de 3.000 anos e há muito tempo que elas são realizadas em todos os países desenvolvidos.” A conversa não foi muito além disso e Wilton acabou financiando todo o dinheiro que ele precisava para a sua FENIT. Caio saiu da reunião meio tonto de tanta felicidade. A despeito da montanha de dinheiro que ele passou a dever a partir daquele instante, não dava para não estar feliz. Cada dia que passava, ele sentia que estava mais perto de realizar o seu sonho. Caio saiu de lá impressionado com a figura do banqueiro e com o seu piedoso exercício de fé nas intenções e capacidade de um ousado devedor.

A primeira coisa que fez quando chegou na ALMAP foi telefonar para um grande amigo, contando sobre o empréstimo que tinha conseguido. O amigo pediu que ele tomasse muito cuidado. Caio soltou uma gargalhada e respondeu: “Fique tranquilo, um dia vai dar Jacaré!”.

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