BLTA integra força-tarefa global para moldar futuro do ESG na hotelaria

Associação brasileira une-se a iniciativa internacional para definir diretrizes globais de turismo sustentável no setor hoteleiro
Presidente do Conselho da BLTA, Roberto Klabin, e a CEO da associação, Camilla Barretto

A EEA, Sustainability Leadership Alliance, dá as boas-vindas à Brazilian Luxury Travel Association (BLTA) como parceira regional estratégica na força-tarefa internacional sobre Padrões de Sustentabilidade para Hotéis e Meios de Hospedagem. A força-tarefa é uma iniciativa global liderada pelo setor estabelecida pela EEA para enfrentar uma lacuna crítica: a ausência de métricas de divulgação de sustentabilidade harmonizadas globalmente, financeiramente relevantes e específicas para o setor de hospitalidade. Com os riscos de sustentabilidade impactando diretamente a liquidez dos ativos, a resiliência operacional e a confiança dos investidores, esse trabalho deixou de ser opcional — tornou-se uma infraestrutura essencial para os investimentos do futuro.

O papel estratégico do Brasil na transição global da hotelaria

A participação da BLTA reflete o compromisso crescente do setor de turismo de luxo brasileiro em contribuir para padrões de sustentabilidade globalmente relevantes e informados pela realidade local. Como porta-voz nacional das experiências autênticas e regenerativas de luxo, o alinhamento da BLTA com a força-tarefa reforça a importância de incorporar a sustentabilidade no centro dos investimentos, da governança e das operações.

Ser convidada a integrar a força-tarefa é uma honra e um sinal de confiança no potencial de liderança do Brasil”, afirma Camilla Barretto, CEO da BLTA. “Reforça nossa responsabilidade de ajudar a moldar o futuro do turismo de luxo em consonância com os limites planetários e a criação de valor de longo prazo para as comunidades, a cultura e o capital”, complementa.

Luciano Caribé, que integra o Conselho Fiscal da BLTA, acrescenta: “Essa colaboração confirma nosso alinhamento estratégico com a EEA e destaca o papel central da sustentabilidade na missão da BLTA de posicionar o Brasil como referência em hospitalidade regenerativa”.

Por sua vez, Roberto Klabin, presidente do Conselho da associação, afirma: “Essa iniciativa faz com que o nosso programa de desenvolvimento de critérios de sustentabilidade contribua para a adequação dos nossos associados a essa nova necessidade do mercado. Além disso, é mais um passo na nossa governança no sentido de procurarmos nos aprimorar, auxiliando nossos associados no caminho do enfrentamento às mudanças climáticas em um processo em que todos os hotéis e empreendimentos invistam na sua resiliência. Este sistema que estamos adotando permitirá enveredar definitivamente por esse caminho”.

Impulsionando mudanças sistêmicas por meio de padrões globais

O setor de hospitalidade enfrenta uma convergência de pressões climáticas, de recursos e regulatórias. Com o aumento de enchentes, secas, instabilidade no trabalho e mudanças nas expectativas dos consumidores, a resiliência dos ativos hoteleiros dependerá da forma como esses fatores são divulgados de maneira transparente e confiável. Por isso, a EEA — que representa mais de € 360 bilhões em ativos de hotelaria e hospedagem — convocou essa força-tarefa para codesenhar padrões de reporte alinhados com os Padrões de Divulgação de Sustentabilidade do IFRS (IFRS S1 e S2), com a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa da União Europeia (CSRD) e com marcos internacionais de governança financeira.

Não se trata de um esforço de lobby”, afirma Ufi Ibrahim, CEO da EEA. “Estamos desenvolvendo infraestrutura para permitir que o capital se mova com mais rapidez, confiança e competitividade em um mundo com restrições climáticas e liderado por regulamentações”, diz.

O trabalho da força-tarefa está sendo conduzido em total alinhamento com o International Sustainability Standards Board (ISSB) e em consulta com reguladores, mercados e investidores internacionais. O objetivo é entregar uma base global para divulgações de sustentabilidade específicas para a hotelaria, fundamentadas na materialidade financeira e em dados úteis para a tomada de decisão.

Participação global, voz regional

Para garantir legitimidade e ampla adoção, o processo de consulta é global, transparente e inclusivo. Parceiros regionais como a BLTA são fundamentais nessa abordagem, ajudando a reunir participantes do mercado em diferentes geografias e modelos operacionais — desde ecoresorts boutique até grandes redes hoteleiras globais.

Como parte da Fase 1, a EEA e seus parceiros estão organizando mesas-redondas regionais, encontros com investidores e consultas multissetoriais na Europa, África, Oriente Médio, Américas e Ásia-Pacífico. A consulta pública sobre o rascunho dos padrões será aberta no terceiro trimestre de 2025, com duração de 90 dias. Os resultados finais serão submetidos ao IFRS/ISSB em 2026, seguidos pela licença da EEA para adoção global no setor.

Esses padrões serão dinâmicos, revisados regularmente e desenvolvidos para atender tanto aos mercados financeiros quanto às realidades operacionais”, acrescenta Ufi. E complementa: “Nosso objetivo é preparar o setor de hospitalidade para o futuro, garantindo que ele possa atrair capital, cumprir regulações e contribuir de forma significativa para as metas climáticas e de sustentabilidade globais”.

Fonte: Baobá Comunicação