Nasci católico. Fui batizado, fiz minha primeira comunhão, crismado e me casei numa bonita cerimônia na Capela Nossa Senhora das Graças, em Botafogo, no Rio de Janeiro. Transitei pelo Budismo, pela Igreja Sara Nossa Terra e hoje estou de volta ao Catolicismo. Tive a oportunidade de ser recebido pelo Papa, no Vaticano e quando das Jornadas da Juventude no Rio, conversei com o Santo Pontífice por 2 vezes. Sou filho de uma mulher extremamente católica, Filha de Maria. Vislumbro no atual Papa uma revolução em prol dos mais desfavorecidos e um entendimento da Diversidade.
Acordei bem cedo ontem e resolvi participar da missa dominical, na Igreja do Mosteiro de São Bento. Um local que me traz muitas recordações, pois estudei no Colégio São Bento, onde conclui o antigo primário, fiz o admissão e fomos para a Argélia, quando meu pai foi solto, após ter sido condenado por 10 anos na ditadura militar. Ele cumpriu apenas 6 anos, pois teve a pena reduzida. Era difícil para mim conviver com meus colegas de São Bento, sem poder falar do meu pai. Ainda bem que Dom Lourenço de OSB, o reitor, e D.Tadeu, meu professor de religião, foram de uma solidariedade que guardo no meu coração, na gaveta das gratidões vitalícias.
A cada domingo a Igreja sedia uma missa com cantos gregorianos, entoados em latim por um grupo de monges beneditinos. Realça nossa fé e nossa devoção, durante um concerto de almas, que verdadeiramente idolatram o Senhor. São quase 70 minutos de oração e a comunhão fortalece nossa vida espiritual.
Fico em pé durante toda a missa, e várias lembranças me fazem lembrar uma época que pude aprender valores essenciais para a sobrevivência. Sim, naquela época já convivi com pessoas que tinham a mente aberta, como D. Marcos e D. Geronimo, cujos nomes me veem agora e os professores Adauto, de português, e Jerônimo, de francês.
A Igreja fica repleta de fiéis e curiosos e alguns turistas nacionais e internacionais. Há um silêncio por parte dos presentes, que às vezes é quebrado pela presença de crianças, que alegram o ambiente da missa.
Após a missa atravesso o túnel que me leva até o Mirante primeiro e depois ao Colégio. Encontro com um primo e um ex-colega, e nossas conversas traduzem um amor muito grande pelo que o São Bento me proporcionou. Lembramos das notas na caderneta de mau comportamento e expulsões das aulas. Dos sábados que tínhamos missa oficial obrigatória e das comidas, já que éramos semi internos.
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