Uma viagem às biografias e às músicas – BH

Por Virgínia Câmara

Virgínia Câmara
Quando vou a algum show faço uma grande viagem pela história e pela carreira do artista. Saio de lá tão impactada da mesma forma como quando faço uma viagem… É como se tivesse acrescentando alguns itens a minha bagagem e a minha alma, que fica repleta e plena. Há várias formas de aprender e crescer como pessoa. Acredito que viagens e a cultura são atalhos para esse caminho eterno e sem fim…

Belo Horizonte teve a sorte de receber diversos espetáculos musicais nos últimos dois meses e eu, tive o privilégio de assistir a quase todos! De Gonzaguinha à Milton Nascimento, grandes músicos foram lembrados nesses espetáculos.

O primeiro foi “O Eterno Aprendiz Eterno – Gonzaguinha” que mostra a infância no Rio do Janeiro do músico e como ele alcançou o sucesso internacional. Intercalado a história, há performance emocionantes dos maiores sucessos do homenageado, como por exemplo “Espere por mim, Morena”.

O musical em homenagem à Gonzaguinha foi uma grande viagem pelo Rio de Janeiro, passando por épocas diferentes e vendo como as personalidades musicais influenciaram a construção do gênero e a musicalidade do cantor. Me impressionei com a estrutura da espetáculo que possuía uma banda e cantores com uma grande qualidade vocal. Descobri que os principais integrantes eram Maíra Lins e Paulo Francisco, filho de um dos guitarristas da banda de Gonzaguinha. Um momento marcante foi sua passagem por nossa querida Belo Horizonte, onde ele morou vários anos devido a uma indicação médica.

O segundo espetáculo foi “Elis, A Musical”, do qual ganhei dois pares de ingressos de cortesias do Hotel Mercury Lourdes, um grande parceiro de minha agência de viagens. Aproveitei para levar minha filha, uma amiga dela e sua mãe. Um time de mulheres para apreciar a biografia de uma grande artista nacional. Foram três horas de espetáculo que se passaram rapidamente, pois é sensacional.

A peça foi para Curitiba e logo após se fixou no Rio de Janeiro. Garanto que vale a pena pegar um avião, passar um fim de semana na semana maravilhosa e assistir o espetáculo.

Me encantei com a história de vida da “Pimentinha” da MPB. Ela driblou a pobreza e batalhou muito para se tornar o ícone. Conheci seus temperamentos, amores, momentos de sucesso e até seu declínio, que foi retratado de maneira muito bela e sutil. O repertório é incrível e conta com 51 músicas que vão dos maiores sucessos da cantora até alguns lados B.

Ao fim, o público que estava no Palácio das Artes aplaudiu o elenco de pé. Todos apreciaram muito a saída, porém minha filha dormiu logo após o intervalo e sua amiga não resistiu nem aos primeiros 15 minutos (risos). Acho que elas não estavam preparadas para as extensas horas de show. Tenho que considerar que estávamos na sessão de 21h e que o show terminou por volta de meia noite.

O último musical que prestigiei referia-se ao nosso querido Bituca, ou melhor, Milton Nascimento. Intitulado como “Milton Nascimento, Nada será como antes – O Musical”, a peça foca-se mais em ser uma homenagem aos 50 anos de carreira do que retratar a vida do cantor. Me emocionei muito com algumas canções e pelo jeito como o elenco consegue contextualizar de uma forma simples, mas tocante. Esse foi um pouco mais curto, com duração em torno de 2 horas. Porém, consegui perceber toda a genialidade musical desse carioca que é mineiro de coração. Recomendo a todos.

Infelizmente, não consegui ir ao que contava a história de nossa querida Cássia Eller, porém já está em minha lista!