A convite do Instituto Humanitare, o evento liderado pelo Skal Internacional do Brasil reuniu mais de 100 pessoas na agenda paralela da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20
O dia de hoje, 16 de junho de 2012, na Rio+20 e Você foi voltado para o debate de assuntos relacionados ao desenvolvimento sustentável no setor turístico com a realização do primeiro Encontro de Cúpula Skal sobre Economia Criativa e Turismo Verde, no Museu do Universo (Planetário da Gávea), no auditório Sérgio Menge, que contou com a participação de autoridades políticas, empresários e lideranças setoriais. O evento foi liderado pelo Skal Internacional do Brasil, associação que agrupa 120 mil dos mais importantes nomes do turismo mundial.
A abertura do encontro ficou por conta da presidente do Skal Internacional do Brasil, Ana Carolina Medeiros, do presidente do Skal Rio de Janeiro, Fábio da Luz Rodrigues, da presidente do Instituto Humanitare, Sheila Pimentel, e do diretor do Skal Internacional, Isaac Haim, que deram as boas vindas aos presentes e ressaltaram a importância do relacionamento entre o turismo e a sustentabilidade. “Foi uma grande satisfação participar deste megaevento, que agrupou várias iniciativas preocupadas com a economia criativa”, disse Ana Carolina Medeiros, durante o seu discurso.
Por volta das 11h, deu-se início o Painel Institucional Corporativo, que foi composto pela chefe Geral da Economia Criativa da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, sigla em inglês), da ONU.
A partir daí, começaram as apresentações de cases de sucesso por representantes das iniciativas públicas e privadas convidadas, que comprovaram a relevância do turismo em sempre andar de mãos dadas com práticas e ações sustentáveis. Entre os casos, estavam os prêmios de sustentabilidade do Skal Internacional, citados pelo representante no Brasil da Green Globe Certification, Derik Lobo, e o desafio do megaevento Rio+20, citado pelo diretor Comercial da Terramar, operadora oficial da Rio+20, Rogério Frizzi.
Além deles, a gerente do Fundo de Desenvolvimento e Promoção Turística de Iguaçu, Thaisa Praxedes, falou sobre o trabalho de promoção local e da gestão e operação do Complexo Turístico de Itaipu. Por sua vez, o coordenador de Projetos da Superintendência de Inovação Social da Secretaria de Estado de Ciência Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, Cícero Henrique, citou diversos cases da Rede CVT (Centro Vocacional Tecnológico) com foco no turismo.
Depois das apresentações, Edna dos Santos e o gerente da presidência da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Carlos Ganem, fizeram comentários conclusivos sobre o que foi ressaltado. “A economia criativa lida com a inteligência, com a capacidade de informação. O turismo entra nisso, porque as cidades estão preocupadas em estarem verde, cada dia mais”, disse ele, fazendo a relação entre o setor e as práticas que valorizam a conservação do meio ambiente. Ganem também citou algumas ações bem sucedidas da Finep, que contribuíram para o desenvolvimento sustentável. Além disso, na oportunidade, ele também garantiu o financiamento para a tradução do relatório Creative Economy, publicado pela ONU.
O presidente do Conselho Nacional de Turismo (CNTur) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Alexandre Sampaio, também marcou presença neste importante encontro e falou sobre as práticas da CNC. Entre elas, as práticas de hotéis sustentáveis, que tem incentivado muitos empresários a implementar ações sustentáveis ao seu negócio. “O turismo sustentável está vencendo paradigmas. Hoje somos convergentes, existe uma vontade política da qual o turismo e a natureza se integram, gerando empregos e renda”, disse.
Na parte da tarde, às 12h30, o presidente do Skal São Paulo, Walter Teixeira, apresentou aos participantes o resultado da pesquisa apoiada nos 17 goals da ONU, que foi respondida por 118 profissionais do setor, na sua maioria, de cargos de lideranças (diretores e presidentes) e alcançou alto nível de diversidade etária e de gênero. “Tentamos trazer o pensamento do setor turístico para o desenvolvimento do meio ambiente. Fico feliz em ver que estamos conseguindo tocar adiante nossa proposta voltada para a sustentabilidade”, disse Teixeira.
Alguns pontos do levantamento merecem destaque especial, como a aceitação maciça, representada por 99% dos respondentes, no que se diz respeito às seguintes afirmações sobre consumo e produção sustentáveis: até o ano de 2020, os governos devem melhorar a qualidade de produtos eco-eficientes; bens e serviços devem ter estratégias sustentáveis, além de condições de trabalho dignas; e a criação de uma sociedade global de direitos iguais de consumo e garantir boa qualidade de vida e bem estar, visando erradicar todos os tipos e níveis de pobreza.
Ainda de acordo com a pesquisa, outro tópico que mereceu destaque é sobre cidades verdes. 90,3% dos respondentes afirmaram ser possível implementar e incentivar estratégias para poupar energia, reduzir emissão de gases e aumentar hábitos saudáveis da população, de forma legal e estrutural dentro do seu próprio negócio. “Todos esses 17 goals são relevantes, alguns mais, outros menos. A nossa expectativa é que os resultados gere um interesse maior dos associados do Skal a desenvolver ações em prol do meio ambiente”, concluiu.
Para encerrar o evento com chave de ouro, Ana Carolina Medeiros fez a leitura da Carta de Compromissos da Indústria de Viagens e Turismo com o Desenvolvimento Sustentável , que estabelece o decálogo de compromissos e diretrizes setoriais. O documento foi assinado pelos presentes e entregue à Sheila Pimentel. A presidente do Instituto Humanitare entregará a carta para a ONU e o documento fará parte do planejamento estratégico da Organização para o setor de turismo. “A abrangência do turismo é infinita. O projeto da carta serve para o nosso futuro, não apenas para melhoria da qualidade de vida, mas também para conservação do nosso planeta”, encerrou Ana.
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