Três mil pessoas assistem palestra de Bernardinho na Abav

Exibindo o mesmo carisma que fez dele referência e ícone do voleibol brasileiro, Bernardo Rocha de Rezende, o Bernardinho, desenvolveu o tema “Motivação e Realização – Excelência em Resultados”. A apresentação tocou em diversos valores e conceitos, incluindo comprometimento; estratégia; formação de equipe; inspiração; liderança, metas; motivação; superação; tomada de decisões e trabalho em equipe. Depois de dizer que estava ali para “dividir experiência com vocês”, Bernardinho assegurou que “a única fonte de crescimento das pessoas está no questionamento”.

Ao abordar a formação de uma equipe, lembrou que o fator humano é essencial como diferencial competitivo sustentado – capital e tecnologia estão num patamar inferior, vistos de forma isolada. Ao escolher talentos, é preciso escolher os talentos certos. “Raramente a somatória de todos os melhores talentos resulta no melhor time. Há variáveis que pesam e fazem a diferença. Talento sem determinação, por exemplo, não agrega e não contribui para a formação de um grande time”, acredita.

Bernardinho cita frase atribuída ao grande atleta Michael Jordan, para quem a performance excepcional de um jogador não é tudo. “Posso até ganhar uma partida, mas não um campeonato”, disse. Contou, também, sua obsessão pelo treinamento: “certa vez, chegamos a determinado país e era feriado nacional. Não havia quadra para treinamento. Os jogadores, de forma velada, ficaram felizes da vida. Mas depois de pensar um pouco, não tive dúvida: improvisei um bate-bola no asfalto, próximo ao hotel. O time queria morrer, mas isso acabou virando referência, quando nos tornamos campeões naquele ano de 2004”.

O técnico de voleibol, que é economista de formação, comentou que um dos grandes perigos que ronda os integrantes de uma equipe “é a fogueira de vaidades. E a imprensa, mesmo que de forma involuntária, acaba alimentando essa fraqueza, que só atrapalha o trabalho coletivo e o desempenho vencedor”.

Falando de liderança, Bernardinho considera que “o líder é aquele que queremos seguir, que temos prazer e segurança em seguir. Tem mais: o líder prima pelo exemplo que dá. É isso que o fortalece perante o grupo e aumenta sua condição de condutor do processo. O grande líder instiga, briga, quer sempre mais”. Para ele, no trabalho de equipe, o mais interessante “é brilhar através do brilho dos outros”.

Por fim, ao discorrer sobre o papel da disciplina no trabalho que realiza, entende que se trata da “construção de uma ponte que liga nossos sonhos às realizações”. Parafraseando Vince Lombard, diz que “quanto mais suarmos a camisa no treinamento, menos sagraremos na guerra”. (VB)