Marketing asiático é debatido no Congresso de Publicidade

O continente asiático, que envolve mais de 3 bilhões de pessoas e vem se consolidando com um dos mercados que mais cresce no mundo, foi o tema da palestra proferida pelo diretor da Surf Gold, Eugene Lee, durante a comissão de marketing promocional realizada na tarde desta segunda-feira (14), no IV Congresso Brasileiro de Publicidade.

 

Com a experiência de quem lida diariamente com uma região cujo terreno está favorável a novos negócios, o diretor salientou que a Ásia é o mercado certo para os ‘marketeiros’. “O salto econômico que o continente vem atravessando está favorecendo tudo que é novo, e isso engloba marketing, serviços, tecnologia e diversas outras vertentes”, reitera e emenda: “é um ciclo vicioso. Quanto mais a região ascende para o capitalismo, mais empresas querem fazer investimentos por lá. Isso gera um maior número de empregos, renda e conseqüentemente ainda mais investimentos”.

 

Segundo Eugene, as duas potências com maior representatividade na região são a China e a índia. Ele explica que o continente asiático cresce em média 6,2% por ano, número duas vezes maior que o índice global. Ao todo são mais de 20 religiões que se ramificam em centenas de sub-religiões dentro de um universo de mais de três mil dialetos. “Um país emocionante de se viver. Que cativa por suas diferenças culturais”, comenta.

 

Criando referências

 

O salto econômico fez o continente imiscuir no cenário global e mudou também a cultura da população, que se tornou mais exigente e consumista. Eugene explica que, com o poder de compra nas mãos as pessoas passaram a ter desejos até então ocultos, mas não tinham referências sobre que produto levar pra casa. “Imagine um povo que num dia lava a cabeça com sabão e no outro pode comprar o melhor shampoo. Como ele saberá qual é a marca mais eficiente se jamais consumiu ou ouviu falar naquele produto anteriormente? Foi justamente nesta brecha que o marketing invadiu a região. Muitos profissionais passaram a criar conceitos, tradições e inserir entre as comunidades aquilo que eles consideram o bom, o correto”, detalha.

 

Mas, se a população asiática difere de outras culturas no que tange o conhecimento e a referência em relação a alguns produtos, em um ponto elas se entrelaçam: desejam ser tratadas como únicas e almejam o bom e o melhor. “Todo mundo quer ser VIP. Todos querem atenção diferenciada e isso é igual em qualquer lugar do planeta. Por isso, o profissional que quiser se consolidar com êxito na região deve entender que primar pela qualidade e pelo serviço individualizado é fundamental”, dá a dica.

 

A força do boca-a-boca 

 

A famosa propaganda boca-a-boca, segundo Eugene, jamais pode ser esquecida em se tratando da Ásia. “É uma região onde a opinião do vizinho ainda vale muito. Certas vezes funciona com mais violência do que o próprio marketing. Se a empresa investir na promoção de um carro e ele quebrar no meio da rua, todo esforço será em vão. A informação será passada e pode comprometer as vendas”, revela e garante, “a comunicação informal ainda é um dos pontos marcantes da Ásia. Não há como ignorá-la”.