LACTTE: Futuro dos eventos está ligado ao futuro das empresas

 

 

Ricardo Ferreira e Beth Wada discutem, no último dia do Lactte (04), a gestão de eventos empresariais do século 21

 

O futuro dos eventos caminha em concomitância ao futuro das empresas. Para saber como ficará o setor amanhã é preciso analisar o mercado hoje. E quem conhece sabe: a competitividade entre as grandes companhias será cada vez maior. Driblar os concorrentes e sair na frente está ainda mais difícil, por isso o uso de algumas ferramentas se torna indispensável quando o objetivo é alcançar um diferencial. E segundo Ricardo Ferreira, neste contexto, realizar eventos se torna uma vantagem.

 

Com a experiência de quem está à frente do capítulo brasileiro da maior entidade da indústria dos eventos no mundo, o MPI – Meeting Professionals International –Ferreira acredita que gastos em publicidade valorizam a imagem da empresa, mas não proporcionam networking, contatos face-to-face ou compartilhamento de experiências, como ocorre com os eventos. Não necessariamente presenciais, esses encontros geram aprendizado, motivação e ampliação de contatos importantes, tanto para o funcionário quando para a empresa.

 

“Um evento de sucesso é a combinação de dois fatores. Primeiro ele deve ser eficiente. As pessoas devem sair com a certeza de que aprenderam algo e vão poder aplicar este conhecimento no seu dia-a-dia. E segundo eles devem ser bem administrados financeiramente, ou seja, deve-se medir qual o valor que será despendido naquele encontro sem a necessidade de gastar mais que o necessário”, diz completando que cerca de 350 empresas no Brasil gastam mais de 1 bilhão de dólares por ano em eventos sem, nem sempre, saber porque gastam tanto.

 

Medir o ROI dos eventos deixou de ser inalcançável. Ferreira aponta diversas maneiras de tangibilizar o retorno dos encontros corporativos. Uma delas é questionar ao público como eles avaliam o serviço, a comida, os palestrantes. Estimular quais foram seus aprendizados também funciona. “Vale a pena perguntar o que cada um aprendeu, de que forma vão poder aplicar os novos conhecimentos no cotidiano e qual impacto aquela informação terá em seus negócios. Se tudo isso for alcançado de maneira positiva, aquele evento pode ser considerado bom”, esmiúça.

 

Futuro

 

O meeting planners do futuro serão cada vez mais focados e especializados. “Vamos ouvir falar muito em meeting designer, meeting architecture, corporate meeting manager”, diz. Outra tendência será a maneira como os palestrantes vão se comportar.

 

“Os eventos terão, cada vez menos, alguém na frente falando sobre um assunto e respondendo possíveis questionamentos. O futuro nos leva a uma troca de experiências entre quem fala e quem ouve, e neste cenário a platéia tem papel muito importante. Todos irão aprender juntos e compartilhar informações”, acredita.

 

Pesquisa apresentada por Beth Wada, diretora executiva do MPI, revela o posicionamento dos meetings planners sobre as questões que mais vão afetar os eventos nos próximos seis meses. Vinte e três por cento dos entrevistados disseram que será o empobrecimento da economia, 6% acreditam no aumento do custo de viagens, 6% disseram que vai acontecer cancelamentos de encontros corporativos, 6% apostam em menos participantes, 5% nos eventos sustentáveis e 4% nos eventos de menor porte.

 

Palpites a parte, Beth acredita que, independende do rumo tomado pela economia, o mercado de eventos vai sobreviver. “Não sabemos o que nos aguardo nos próximos meses ou nos próximos anos, mas esta não é a primeira nem será a última nebulosidade pela qual passaremos. A única certeza é de que os eventos continuarão sendo ferramenta indispensável de aprendizado, visibilidade e networking”.