Termina hoje no Serra Park, em Gramado, o Salão Internacional do Couro e do Calçado, feira focada em moda e que acelera a produção de calçados e acessórios para o segundo semestre do ano, temporada mais importante para a indústria e o varejo dos produtos. Conforme estimativas dos organizadores, o SICC este ano deve bater o recorde de visitação somando nos três dias cerca de 18 mil visitantes, incluindo profissionais do setor, reunindo mais de 1 mil marcas e 2.164 lojistas. O setor coureiro-calçadista gera mais de 130 mil postos de trabalho.
O lançamento aconteceu na segunda, com a presença do governador Tarso Genro, além de secretários de Estado, entidades de classe e prefeitos dos municípios da Região da Serra. "Vim aqui otimista e saio daqui espantado", comentou o chefe do Executivo, após percorrer o pavilhão de exposições. Tarso disse ainda que, no local, está expresso o trabalho de milhares de operários e empresários que indicam o setor como fundamental para "se ter um estado dinâmico, socialmente justo e que proporcione renda e trabalho aos gaúchos".
Segundo o presidente da feira, Frederico Blet, a edição deste ano será 30% maior do que a passada. Além de abrigar os três maiores lojistas do Brasil, a Grendene está trazendo seis dos maiores empresários do ramo dos Estados Unidos. "Toda a rede de distribuição, de produção e de marcas de sapatos do Brasil está aqui. É a maior feira de calçados já feita no Rio Grande do Sul e hoje é a maior em importância no Brasil e nas Américas", garantiu Blet.
Na semana passada, o Governo do Estado anunciou que prorrogou por mais três meses, de 1º de junho a 31 de agosto, o benefício fiscal concedido aos fabricantes de calçados, equivalente a 2% sobre as vendas para outros Estados. O ICMS foi reduzido de 12% para 10% (Sul e Sudeste) e de 7% para 5,81% (Norte, Nordeste e Centro-Oeste). Além do benefício prorrogado este ano, o Governo já havia concedido outro incentivo fiscal ao setor, em junho de 2012, prevendo uma redução para 3% do ICMS sobre o incremento das vendas, em relação a períodos anteriores das indústrias calçadistas.
"Quando cheguei ao governo encontrei um setor coureiro-calçadista intimidado perante as exportações chinesas e vietnamitas e com uma boa dose de desesperança no futuro", destacou Tarso. "Então fizemos uma discussão forte dentro do Conselhão e desenvolvemos uma política que colocou o setor entre os 22 setores fundamentais para o desenvolvimento industrial do Estado", completou. Ele ressaltou ainda que, a partir daquele instante, o governo passou a atuar em vários planos na área do design, da ciência e da tecnologia, além do impulso tributário que deu resultados positivos. "Hoje a gente vê o setor otimista e retomando a pujança".
Para o prefeito de Gramado, Nestor Tissot, a feira se supera a cada ano. "E a redução do ICMS vai representar a continuidade e o crescimento de vendas do calçado". Já o diretor da Picadilly, Paulo Elói Grings, disse que a expectativa é ótima e que a redução do ICMS mostra que o governo está preocupado com a concorrência das indústrias que vão para o Norte e o Nordeste. "É o primeiro passo para diminuir o nosso custo aqui também, permitindo que possamos competir melhor com outros estados".
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