O primeiro Fórum Eventos que eu fui, foi em 2014, ganhei um ingresso como professora, era assinante da Revista Eventos e foi um dia inteiro falando de Eventos, fiquei encantada, estávamos as vésperas da Copa do Mundo no país, o setor estava efervescente. Agora em 2022, o cenário é de retomada, mas de um mundo em transformação, se redescobrindo, ávido por experiências.
Foram 2 dias de reencontros, de trocas, novidades, questionamentos, reflexões, aprendizado, networking, esperança e abraçosssss. Rapidamente resumo, as falas que assistI.
No primeiro dia, iniciando com o tema sobre "Propósito como protagonista", houve uma injeção de otimismo de Vicente Carvalho - idealizador da Razões para Acreditar - inicialmente um site de conteúdo positivo, mas que hoje cria projetos com foco nas histórias do bem. A exposição dos cases dele é tocante, ocasiona aquele “cisco” no olho, mas a provocação é se atentar para não ficar somente no discurso e longe da ação nos projetos de eventos. O quanto as atitudes com propósito podem ser aplicadas no entorno da empresa, nos eventos, de maneira simples, mas efetiva e o quão importante é ser “inquieto” no desenvolvimento de briefings.
Vale a pena conferir o site: https://razoesparaacreditar.com/
O João Paulo Kitsis, diretor de Estratégia e Negócios na Sympla, mostra como uma das maiores plataformas de venda de ingressos, que já chegou a ter 35.000 ingressos sendo negociados num dia, traz o seu entendimento sobre Eventos. E nessa discussão do figital, o quanto o virtual, pode trazer em dados para o organizador fomentar experiências e atendimentos personalizados no presencial e auxiliar numa construção de marketing e divulgação direcionada, na jornada desse compra de ingresso e do acesso das informações.
"DADOS DO DIGITAL NUTREM O PRESENCIAL" João Paulo, Sympla
Na sequência tivemos Lu Moraes, com uma fala apaixonada sobre Gestão Ágil de Eventos, mostrando que essa ferramenta nos ajuda a checar se estamos no caminho certo e simplificar os processos, fazer o que realmente importa na produção do evento, ela não resolve problemas, e sim minimiza. Lu Moraes é autora do Manifesto Ágil do evento, vale a pena conferir na integra:
http://contato-rdsm-site-229.rds.land/manifesto, mas resumidamente é sobre:
- engajar e co criar, não fazemos eventos para nós e nem para os clientes e sim para o público – parece simples mas vontades e egos as vezes se sobrepõem ao objetivo do consumidor.
- pensar na jornada do cliente, mas também do patrocinador, do fornecedor, do staff e das atrações.
Por fim, deixou dica de livro: O poder do Simples – Marcelo Vision
O bate papo entre as entidades do setor, foi unânime ao falarem como a Indústria precisa estar mais próximo do poder público e ter representantes efetivos que olhem para nosso setor. Um agradecimento explícito a Fátima Facuri (ABEOC) e Doreni Caramori (ABRAPE) que incansáveis durante a pandemia em Brasília, articularam sobre a PERSE; outro tema importante é sobre a capacitação, pois estamos carentes de mão de obra, devido a um êxodo durante a pandemia. No painel da MPI, mostrando o resultado da pesquisa MPI Outlook 2022, percebe-se que o mesmo que vivemos aqui, também ocorre nos EUA, a força do figital, a dificuldade em atender a demanda reprimida, ainda mais com falta de profissionais.
Os temas de ESG e Tendências, foram explorados nas falas e nos cases apresentados.
No segundo dia, as falas relacionadas a tecnologia e metaverso, tiveram um roteiro didático captaneado pelo Ney Neto e seus convidados, trazendo desde definições, como essa da Gartner: “é um mundo virtual onde é possível vivenciar experiências muito próximas à realidade por meio de dispositivos digitais”. Tivemos a possibilidade de navegar no Upland, uma plataforma alimentada pela blockchain EOS. Cada propriedade na plataforma é um item digital exclusivo, nada mais é do que um banco imobiliário, onde todas as transações são feitas dentro do jogo com a moeda virtual chamada de UPX, as ruas, cidades são reais, inclusive com espaço de eventos como hotéis, estádios etc. e com venda de produtos e serviços iguais aos do cotidiano.
Falando um pouco sobre o metaverso a ideia, foi desmistificar e mostrar que é preciso entender essa atmosfera e ver que é um ambiente onde as experiências podem acontecer exclusivamente ou complementares as ações presenciais. Exemplos com o show do Travis Scott no Fortinite, do ambiente Nikeland no Roblox, os lançamento de produtos da Chilli Beans.
↑ Será esse o futuro do varejo???
O metaverso para os eventos exploram três elementos focais: imersão/interatividade/gamificação, e na era da busca pela atenção do consumidor isso é fundamental.
"A tecnologia à serviço dos processos nos eventos com apps, chatbot RSVP no whats app, entre outros. Ele apoia a obtenção de dados, bem como seu armazenamento e o BI dentro do LGPD"
Rogério Miranda, CEO da Inteegra
Haja visto o sucesso de coleções de NFT, de Metaverse Fashion Week e mais próximo de nós, o projeto da última turnê de Milton Nascimento que também inclui uma coleção de NFTs com benefícios e experiências ligados aos fãs. Batizada com o nome da turnê, a coleção de tokens não fungíveis funcionará como uma espécie de Ticket Pass que permitirá aos adquirentes experiências, além de ser colecionável. No total, serão comercializados 400 NFTs. O primeiro show de despedida será na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, em 11 de junho. Para a arte dos tokens foi utilizado um desenho feito à mão por Milton ainda na infância chamado de “Serra de Três Pontas”. É o primeiro grande show no Brasil onde só entra quem tem o NFT Ticket Pass. Com o NFT, o fã é a sua própria bilheteria, é ele quem decide o que faz, com o ingresso, se vai no evento, se presenteia um amigo, ou se vende para outros. Tudo isso é feito graças às facilidades da blockchain
Não dá mais para ignorar, o metaverso já está nos EVENTOS.
O Fórum foi um sucesso de informação, conexão, provocação e muitos, muitos abraços. Agora é fazer lição de casa e agir inspirados pelos insights.
Parabéns família Junqueira e Mensagem Eventos
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