A ABEOC-SP (Associação Brasileira de Empresas de Eventos – Estadual São Paulo) reuniu organizadores de eventos e profissionais de turismo das nove cidades que compõem o Convention Bureau de Santos e região para discutir a ampliação do recebimento de eventos nacionais e de porte internacional. Temas relacionados a como as cidades se beneficiam dos eventos para combater a baixa temporada e como os cruzeiros podem gerar receita para toda a cadeia turística local também foram abordados. “Temos o objetivo de mostrar como o segmento de eventos é importante, gera receita, e temos o objetivo de buscar soluções para atrair ainda mais eventos, apresentando nossas necessidades legítimas”, falou o presidente da ABEOC-SP, José Eduardo de Souza Rodrigues.
O diretor de eventos da EMBRATUR, Marcelo Pedroso, explicou que o segmento de eventos já conta com pesquisa que demonstra sua importância para o desenvolvimento de localidades em todo o País. Pesquisa realizada com 16 eventos de grande porte mostra que grande parte dos turistas de negócios que participa de feiras e convenções tem intenção de voltar à cidade de realização, trazer famílias e que beneficiam amplamente a rede hoteleira, comércio e atrações culturais. Entre os números apresentados, o diretor ressaltou que o volume gerado por esses eventos foi de US$ 14,949 milhões e o gasto médio diário desse turista de negócios foi de US$ 314,70. 97% dos hospedam-se em hotéis, 99% têm formação superior, faixa de renda entre mil e oito mil reais e 80% têm intenção de retornar à cidade realizadora do evento. “Esse turista é ator social relevante, de forma que é multiplicador. 76% dos entrevistados, depois do evento, mudaram a imagem sobre a cidade sede”, contou o diretor da EMBRATUR.
A temporada de cruzeiros é grande aliada do turismo na região de Santos, de acordo com painelistas do evento. A cidade, com seu Porto, foi chamada de “A Miami brasileira” pelo palestrante Adrian Ursili, da MSC Cruzeiros, que participou com representantes de outras empresas de cruzeiros de debate com a secretária municipal de Turismo, Miriam Guedes de Azevedo. “Para nós, empresas de cruzeiros, é muito importante saber do apoio que a cidade dará para ter mais navios. Hoje, o porto não é só de embarque e desembarque, é porto de escala”, destacou Ursili. As cidades podem aproveitar melhor a temporada de cruzeiros, que esse ano foi ampliada e está recebendo navios desde outubro até abril. Além dos passageiros de cruzeiros, até mesmo os tripulantes consomem nas cidades onde os navios aportam. “Cada navio conta com 700 a mil tripulantes, na sua maioria estrangeiros, que são grandes consumidores. A cidade poderia até mesmo estimular o comércio a ter um segundo idioma para atendê-los”, falou o representante dos cruzeiros da CVC Operadora, Rodolfo Szabo. Para o diretor do CONCAIS, Flávio Brancato, um trabalho na cidade de origem do turista de cruzeiro poderia estimulá-lo a ficar na região antes ou depois da viagem no navio. “No segmento de cruzeiros, todos prosperam com essa atividade, que distribui riqueza em todos os segmentos e traz benefícios multiplicadores. Desde o pedágio até o comércio e restaurantes lucram”, falou Adrian Ursili, também vice-presidente da Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas.
Painelistas debateram como aproveitar os eventos realizados nos espaços dos hotéis e dos centros de convenções para combater a sazonalidade e gerar novas oportunidades. Pelos números apresentados pela EMBRATUR, de acordo com a análise de pesquisa da ICCA, entidade internacional de eventos e convenções, o Estado de São Paulo realiza mais eventos de porte internacional que Nova York. Para Márcio Santiago de Oliveira, da Federação dos Conventions & Visitors Bureau do Estado de São Paulo, uma aliança para a captação de eventos entre equipamentos e organizadores de eventos, entre outros parceiros, é fundamental para a captação de mais eventos. “O que falta é articulação em São Paulo, trabalhando de maneira mais profissional e agressiva”, falou Márcio, citando a atuação positiva do convention bureau da capital paulista. Pesquisas que identificam quais são os números do setor colaboram muito na hora de procurar patrocinadores, mas a tributação municipal que incide sobre a realização dos eventos deve ser melhor elaborada. “Arrecada-se muito com a tributação municipal, mas retribui-se pouco”, ressaltou o presidente da Federação dos conventions bureau do Estado de São Paulo, falando sobre os benefícios que o poder público poderia gerar para o segmento que atrai visitantes nacionais e internacionais com o maior gasto médio entre todos os turistas.
Para a ABEOC-SP, que atualmente conta com 130 associados em todo o estado, o saldo do evento foi extremamente positivo. “Além de promover acesso a informação e ter ampliado o debate sobre o nosso importante setor, conseguimos, ao mostrar o trabalho da nossa entidade, associar seis empresas de Santos e região e quatro de São Paulo e Guarulhos. A ABEOC-SP caminha assim em busca de um de seus objetivos dessa gestão, que é o de chegar ao final de 2009 com 250 associados em todo o Estado de São Paulo, fortalecida e mais bem representada em termos geográficos e de segmentos envolvidos com o segmento de turismo de negócios”, enfatizou o presidente da entidade.
A ABEOC-SP assinou ainda um acordo de cooperação e associação recíprocas com o Santos e Região Convention & Visitors Bureau. Outros conventions bureaux prestigiaram o evento, como o de Guarujá, Guarulhos, Campinas, Ribeirão Preto e São Paulo. O Road Show ainda visitará outras 10 cidades paulistas até o final de 2009. A próxima a receber o evento será Campinas. “Aprendi muito e tive uma aula nessas duas edições (do Road Show) pela organização e seu conteúdo”, falou o representante do Campinas Convention & Visitors Bureau, Luiz Antônio Guimarães, convidando a todos para a próxima etapa do projeto, marcada para os dias 14 e 15 de novembro. Os detalhes sobre o Road Show Destinos do Crescimento Sustentável podem ser acessados no www.destinosdocrescimento.com.br. (VB)
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