Evento discute estratégias para profissionalizar o carnaval

Audiência pública debateu ações para aumentar o potencial turístico da maior festa popular no Brasil

A economia turística do carnaval está longe de ser desprezível. Mas pouco se sabe sobre a participação da maior festa popular do Brasil no turismo brasileiro. Uma audiência pública promovida pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira, 25, teve por objetivo discutir as principais ações que podem contribuir para tornar o carnaval um produto turístico profissional.

Este ano, o carnaval atraiu 6,2 milhões de turistas, movimentou R$ 5,7 bilhões e contribuiu cerca de US$ 1,3 bilhão com as exportações, segundo o Ministério do Turismo e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. “O carnaval vai além dos quatro dias de festa, a comunidade local participa dos preparativos o ano inteiro, é preciso ter uma avaliação de toda essa dinâmica”, disse o diretor de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo, José Francisco Salles Lopes. De acordo com ele, é necessário entender como transformar o potencial turístico em riquezas para o país.

Os integrantes da comissão aprovaram um manifesto que propõe recursos específicos no orçamento para incentivo ao carnaval; a criação de cursos técnicos profissionalizantes e de cursos de graduação acadêmica. Também houve a proposta de criação de grupos de trabalho para acompanhar o andamento dos trabalhos, inclusive dentro dos ministérios, com a finalidade de elaborar políticas públicas e um Plano Nacional de Metas e Diretrizes da Cadeia Produtiva da Economia do Carnaval.

A audiência foi solicitada pelo deputado Paulo Ferreira (PT-RS) e reuniu dezenas de pessoas, entre intelectuais, artistas e sambistas de várias partes do Brasil. É a primeira audiência da recém-criada Comissão de Cultura da Câmara, desmembrada este ano da extinta Comissão de Educação e Cultura.

Além de José Francisco Lopes, participaram do painel de debates o assessor da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Carlos Prestes Filho; a secretária de Economia Criativa do Ministério da Cultura, Cláudia Leitão; o professor e pesquisador do Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura da Universidade Federal da Bahia, Paulo Cesar Miguez; o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, Jorge Castanheira; Kaxitu Ricardo Campos, presidente da União das Escolas de Samba Paulistanas; e a secretária-executiva de Cultura da Secretaria de Patrimônio e Cultura de Olinda, Clarice de Melo Andrade.

Na plateia estavam atrizes como Zezé Mota e Cleo Pires, o economista Paul Singer, secretário Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, e o presidente da Mangueira, Elmo dos Santos, além de vários componentes de escolas de samba do Distrito Federal.