Conseguir fazer uma carreira de sucesso e o encontro do seu grande amor

“Vencer não é tudo. Mas querer vencer é”. Vince Lombardi

Queridos leitores, é logico e fácil de imaginar que a maior angústia do Caio era escolher uma carreira com a qual ele alcançasse sucesso para poder dar orgulho ao seu pai e se sentir um verdadeiro Alcantara Machado. Mas o problema é que ele não queria ser nada do que seus antepassados foram. Portanto, encontrar logo o que fazer passou ser sua prioridade máxima.

Depois de ler a história de cada um deles ascendeu-lhe uma luz: Que talvez o segredo do sucesso fosse enfrentar mundos e fundos, vencer milhões de obstáculos e seguir em frente, começando pelo que é mais difícil, e ir em frente sem parar. Caio ficou feliz de ter chegado a essa conclusão. Aproveitou e tomou a decisão mais importante da sua vida: Ia seguir os passos do Dr. Brasílio, iria trabalhar no 4º Cartório de Protestos, do seu pai, e lá iria fazer uma belíssima carreira.

Não demorou muito tempo para perceber que trabalhar no Cartório era o mesmo que ser enterrado vivo. Quando um amigo lhe contou que ia para o Rio de Janeiro para se alistar na Força Aérea Brasileira, Caio teve certeza que essa seria a sua saída: se tornar o primeiro piloto e o mais importante da Força Aérea Brasileira. Depois dos exames, nunca ninguém ficou sabendo por que, Caio não foi aprovado e seu sonho afundou nas profundezas da baia da Guanabara.

Imaginem só a tristeza desse rapazinho quando voltou para casa e encontrou seu pai com aquela cara: “eu sabia que isso não ia dar em nada”. Caio voltou para o Cartório resignado com o seu destino e com a alma desarrumada.

Ninguém sabe como, mas Caio conseguiu escapar do Exército e em 1946, entrou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, mas como muitos outros estudantes, não tinha certeza se queria ser advogado, na verdade poucos rapazes seguiam a carreira jurídica, naquele tempo a Escola de Direito da USP, era um campo de treinamento para jornalistas, políticos, diplomatas e homens de negócio. Caio, enquanto cursava a faculdade, continuou trabalhando no Cartório.

Num encontro do Dr. Brasílio com o banqueiro Gastão Vidigal, este lhe contou que estava de viagem marcada para os Estados Unidos para fazer parte de uma Comissão Especial do recém-criado Fundo Monetário Internacional, o FMI. E o que alvoroçou o coração do Dr. Brasílio foi a revelação do seu amigo de que estava levando junto com ele um grupo de jovens para fazer um estágio no FMI. Dr Brasílio sentiu como se as portas do céu estivessem se abrindo para ele e imediatamente perguntou ao Gastão se ele poderia incluir o Caio nesse estágio.

OMNI Shoreham Hotel, Washington DC
Quando o taxi parou na frente do hotel, Caio ficou boquiaberto. Checou o endereço com o motorista. Estava de fato diante do hotel que fizera reserva: Shoreham Hotel, em Washington DC. Depois de apenas um dia que havia chegado no hotel, Caio já sabia que o presidente Roosevelt tinha oferecido um baile naqueles salões para comemorar sua vitória nas eleições, e que para acomodar o presidente e sua cadeira de rodas, o hotel tinha construído rampas, e um elevador especial. Muitos anos depois, em 1993, outro presidente eleito, Bill Clinton, também iria comemorar sua vitória nesses mesmos salões.

Na segunda-feira Caio se dirigiu ao FMI e uma secretária o acompanhou para a sala dos estagiários e apontou-lhe sua mesa. Caio quase morreu de tanta emoção. Quem ia dividir a mesa com ele já estava sentada à sua espera. Era a moça mais linda que Caio tinha visto na vida. A paixão dos dois foi fulminante, num piscar de olhos começaram a namorar e noutro piscar de olhos decidiram se casar. Caio tinha certeza que essa moça “Vestida de Luz” era a mulher da sua vida. Caio passou a viver andando sobre as nuvens de tanta felicidade. Encontrou a pessoa mais amada da sua vida e o potencial de fazer uma carreira muito bem-sucedida no FMI.

No hotel, Caio sempre muito expansivo e interessado em conhecer tudo e todos, vivia em pleno estado de graça, conversava animadamente com o gerente, porteiros, camareiras e cumprimentava com gentileza todos os hóspedes com quem cruzava. Em uma semana de estadia já conhecia todo mundo pelo nome.

Numa manhã, assim que Caio saiu do quarto, cruzou com Dorothy, a camareira de quem ele mais gostava. Aproveitou e fez algumas perguntas banais, mas úteis, e entre elas só por curiosidade, queria saber quando o hotel tinha sido inaugurado. Pronto, isso foi o suficiente para lá mesmo no corredor, Dorothy, entusiasmada, lhe contar a história que tinha acontecido na inauguração. Baixando a voz para criar um clima de suspense, contou-lhe que o hotel tinha sido inaugurado no dia 4 de março de 1933 e que logo após a sua inauguração, aconteceu uma enorme tragédia pois um dos sócios, Mr. Henry Doherty, decidiu morar no hotel e se mudou com a sua família para a suíte nº 870 no 8º andar. Uma semana depois da inauguração, quando a empregada que os tinha acompanhado estava limpando a suíte, sofreu um ataque do coração e morreu lá mesmo na suíte. Dorothy falava e ao mesmo tempo sacudia o espanador e arregalava os olhos, imprimindo emoção ao seu relato. Pouquíssimos meses depois, continuou Dorothy, morreu a filha do casal também na mesma suíte. Abalados Mr. e Mrs. Doherty se mudaram e a suíte nº 870 permaneceu fechada desde então.

Também contou que desde o dia em que o casal deixou o hotel, quem passasse em frente da suíte escutava vozes vindo de lá e sentia uma brisa gelada de congelar os ossos. E qualquer um podia escutar o barulho de portas se abrindo e fechando sozinhas e luzes do quarto se acendendo e apagando sem ter ninguém na suíte.

Dorothy deu seu testemunho triunfal, falando com um ar de quem vai compartilhar um segredo de Estado, contou para o Caio que, nessas alturas já estava fascinado com a história, que uma vez, quando ela tinha sido escalada junto com mais duas funcionárias para limpar a tal da suíte, quando abriram a porta e entraram com seus carrinhos, panos, baldes e rodos, quase desmaiaram quando viram que alguns móveis estavam fora de lugar, como se alguém os tivesse empurrado. Vocês imaginam que essa história toda deixou Caio tão curioso que cada dia ele gostava mais do Hotel.

Até a semana que vem!

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