De acordo com levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Censo 2000, aproximadamente 27 milhões de brasileiros ou 14,5% da população têm necessidades especiais seja de mobilidade, deficiência auditiva ou visual. Tal segmento é hoje considerado também um crescente mercado para o setor de turismo, que precisa adaptar sua estrutura e atendimento ao público especial. Na capital pernambucana, questões como demanda, mercado, planejamento e oportunidades da acessibilidade no turismo serão discutidas durante o I Congresso de Turismo Muito Especial de Pernambuco, que ocorre entre os dias 10 e 12 de setembro, no Recife Palace.
O evento, que é uma realização do Instituto Muito Especial com o apoio do Ministério do Turismo, visa difundir o turismo para pessoas com deficiência no Brasil. Estima-se ainda que acidentes de veículos e a violência com armas de fogo também sejam responsáveis, mensalmente, por deixar outras dez mil pessoas com alguma deficiência e, pelo menos 20% são da classe A. Assim, o evento busca a sensibilização pública através da apresentação de cases de sucesso para o trade turístico, empresários, gestores públicos, organizações não governamentais, profissionais da área e acadêmicos.
A meta é reunir cerca de 500 pessoas em um ciclo de palestras com representantes do Recife Convention Bureau, Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH), Associação Brasileira dos Agentes de Viagens(ABAV), Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero) e da Empresa Brasiliense de Turismo (Brasiliatur). Entre os temas discutidos, o "Mercado de trabalho no turismo e o sistema de cotas", “A Acessibilidade no Turismo”, “Roteiros turísticos” e “Como lidar com pessoas com deficiência”.
Para o presidente do Instituto Muito Especial, Marcus Scarpa, o turista especial envolve um público bastante diverso composto por pessoas com deficiência, idosos e até mesmo gestantes ou mulheres com crianças pequenas. “Trata-se de um grupo muito grande e crescente que até então não recebia um tratamento diferenciado. Buscamos uma mudança nesta realidade a partir de melhores serviços e equipamentos, que possibilitem mais segurança e conforto durante as viagens do turista especial.” Estimativas apontam que pessoas com deficiência comumente viajam na companhia de mais uma pessoa, o que alcançaria o índice de 29% da população do País.
Na Região Metropolitana do Recife, segundo dados da ABIH-PE, 70,45% dos hotéis realizaram obras para garantir acessibilidade mínima para hóspedes especiais, uma vez que grande parte dos hotéis foi construída na década de 90, antes da vigência das atuais normas de acessibilidade. Cerca de 2,09% dos funcionários de 3,4 mil hotéis pesquisados têm alguma deficiência. Para o presidente do Recife Convention Bureau e ABIH-PE, José Otávio de Meira Lins, possuir um hotel que atenda às necessidades destes clientes especiais, implica em possuir um produto que atenda também à crescente demanda do cliente. Para este segmento de mercado, qualidade é principalmente acessibilidade física.
Serviço
www.congressoturismorecife2008.org.br
(81) 3366-9657
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