A cidade de São Paulo foi eliminada nesta quarta-feira (27) na primeira votação para ser sede da Expo 2020. Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, foi a escolhida.
Na rodada final da eleição organizada pelo Bureau Internacional de Exposições (BIE), em Paris, na França, Dubai recebeu 116 votos de um total de 165 eleitores, contra 47 para a cidade de Ekaterinburg, na Rússia, e uma abstenção.
Essa é a primeira vez que uma cidade do Oriente Médio é escolhida para realizar o evento.
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A Expo, também conhecida como Expo Mundial ou Expo Universal, é um dos maiores eventos internacionais e costuma durar até seis meses e reunir até 30 milhões de pessoas.
A primeira exposição universal foi em 1851, em Londres, no Palácio de Cristal, construído para a ocasião. A Torre Eiffel foi projetada para a edição de 1889 e se tornou depois um legado para a cidade de Paris.
Candidatura paulistana
Atualmente a Expo é realizada a cada dois ou três anos com diferentes temas. A proposta brasileira consistia em trazer para São Paulo o tema “Força da Diversidade, Harmonia para o Crescimento”.
A proposta era realizar a Expo em 2020 em uma área em Pirituba, em uma área de 5 milhões de metros quadrados.
O local compreenderia uma extensão equivalente a quatro vezes o tamanho do Anhembi, atualmente o maior centro de exposições da cidade. A proposta era que as instalações se tornassem um legado para a cidade, com equipamentos de esportes, cultura e lazer, além de uma reserva ambiental natural.
A realização do evento na região fazia parte dos planos da prefeitura de descentralizar as atividades econômicas.
Governos
A iniciativa de lançar a candidatura de São Paulo ocorreu na gestão Gilberto Kassab (PSD).
Em junho, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e Haddad foram à França para defender a candidatura da capital paulista e buscar o apoio francês.
Em setembro, houve protestos contra a candidatura paulistana - segundo os manifestantes, o projeto iria custar R$ 24 bilhões da Prefeitura de São Paulo e do governo federal.
A Prefeitura ainda não informou se o pavilhão planejado para Pirituba será construído mesmo sem a Expo em São Paulo. Também seria necessária a construção de novas alças de acesso na Rodovia dos Bandeirantes e a extensão das linhas de metrô e trem até a região. Haddad disse no início do ano que "uma boa parte destes investimentos será feito com Expo ou sem Expo".
Dubai
O governo de Dubai fez um forte lobby para sediar a feira em 2020. O país tentou dar destaque à sua infraestrutura de transportes e diz que as instalações vão ser transformadas depois da Expo em um centro de comércio.
Exposições mundiais, nas quais os países participantes aproveitam para mostrar seu poder tecnológico, cultura e arquitetura, são realizadas a cada cinco anos, durante um período de seis meses. Milão será a sede da próxima, em 2015.
As feiras são grandes apostas para os potenciais anfitriões, que estão dispostos a despender bilhões em infraestrutura, hotéis, prédios e outros preparativos para atrair milhões de turistas.
A China informou ter gasto US$ 4,2 bilhões quando Xangai sediou a última Exposição Mundial, em 2010, o dobro do que despendeu com os Jogos Olímpicos de Pequim.
Embora a feira de Xangai tenha atraído o número recorde de 73 milhões de visitantes, nem todos os estandes foram uma grande atração turística.
O número de visitantes à feira de 2000 na cidade alemã de Hannover ficou em menos da metade dos 40 milhões de pessoas esperadas, deixando um déficit de mais de 1 bilhão de euros, de acordo com a mídia da Alemanha.
Mas as feiras ajudam a economia local por causa do grande aumento nos investimentos públicos e por proporcionar ao país anfitrião visibilidade no cenário mundial.
Foto Capa: Jacques Demarton/AFP
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