Não fosse pelo caráter ativista, experimental e futurista, talvez o SXSW não tivesse se tornado o maior evento de criatividade e inovação do mundo. Hoje ele é destino de algumas das maiores vozes criativas da atualidade, um ambiente fértil para encontros de negócios e tecnologia, além de um espaço seguro para debates sobre questões sociais e ambientais, indispensáveis nos dias atuais.
É este espírito de pluralidade e interconexão que tomará os palcos do SXSW 2022 realizado entre os dias 11 e 20 de março.
Mapa básico da programação
Para os marinheiros de primeira viagem, é importante dizer que o evento é na verdade um universo sem fim de atrações e compreende, além do tradicional festival de música, um festival de cinema, um festival de comédia, exposições, pitches de startups, prêmios, lounges, festas, networking e muito mais.
A nós, interessa especialmente a programação da Conferência SXSW, que reúne centenas de sessões, painéis e palestras destacando lideranças de diversos setores da economia em 15 trilhas de conteúdo distintas, nomeadas: 2050, Advertising & Brand Experience, Civic Engagement, Climate Change, Culture, Design, Film & TV Industry, Future of Music, Game Industry, Health & MedTech, Making Film & Episodics, Media Industry, Startups, Tech Industry e Transportation.
Outro ponto fundamental é observar os cinco macro-temas definidos para este ano, que formam uma guia transversal criando conexões entre os diversos conteúdos e formatos abordados no evento: Discovering the undiscovered, Built for the future We’re all connected, The evolving media landscape e The power of inclusivity.
Primeiro dia, primeiras impressões
A primeira manhã do evento evoluiu na intensidade das trilhas simultâneas que abordaram com bastante sensibilidade temas como a luta pela igualdade de gêneros, a busca por alternativas para as mudanças climáticas e o combate à desinformação, tópicos que deverão manter cadeira cativa em todos os dias do evento.
Foi destaque a invasão das pautas ligadas à Web3 e Blockchain, que já haviam dado as caras no ano passado, mas que perderam a timidez e rechearam sessões voltadas à popularização dos termos e à demonstração de aplicabilidades das tecnologias, como nas sessões “Web3 For the Rest of Us” e “Featured Session: Web3, NFT, Metaverse! 3 Easy Steps To Get Started”.
É possível que as Big Techs se autorregulem? Ao menos quatro sessões como 'Can You Actually Change Big Tech From Within?' e 'Future of Democracy: How Tech Will Shape Elections' dedicaram-se a debater o papel das Big Techs e sua influência nos movimentos sociais e no controle à desinformação, sobretudo nos períodos eleitorais, mas também com relação à proteção dos dados e da privacidade dos usuários (de novo!).
Na trilha de Advertising & Brand Experience vimos sessões como 'The Future of Content' e 'Beyond Awareness: Branded Content + Funnel Success' explicitarem o interesse da indústria em recriar práticas que vêm perdendo a relevância frente às novas dinâmicas de criação e consumo de conteúdo. "Em um mundo sem cookies, as marcas estão descobrindo que o segredo do sucesso requer o aproveitamento de dados primários em conteúdo de marca e parceiros de co-marketing, combinados com narrativas autênticas e apoiadas por dados", destaca um dos painéis.
Por fim, duas das palestras mais badaladas nesse primeiro dia foram o discurso de abertura de Priya Parker (Opening Speaker: Priya Parker: On Gathering), aclamada autora de ‘The Art of Gathering: How We Meet and Why it Matters’ e produtora executiva e apresentadora do podcast do New York Times, 'Together Apart', e o painel 'How the Metaverse can Rebuild Society, but Better', que trouxe à tona às dualidades do metaverso: “Nos cenários mais brilhantes, ele democratiza o acesso à educação e às experiências. No mais sombrios, ele agrava as desigualdades, fragmenta a realidade e ameaça as experiências compartilhadas na vida real”.
Este foi apenas o primeiro dia do SXSW 2022.
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